Caravana da Taça movimenta o CDC Martinica com histórias de garra, superação e respeito

Quem passa pelo CDC Martinica, no Campo Limpo, percebe que ali o futebol pulsa de um jeito especial. O campo recém-reformado, rodeado por árvores, prédios residenciais ao fundo e o tom laranja que dá identidade ao lugar. Dá para perceber que a pegada ali é mais que gramado: é símbolo de comunidade.

Com vestiários e até churrasqueira prontos para acolher famílias inteiras, o Martinica é ponto de encontro e justamente com esse clima que sediou a Caravana intensa do dia 24 de agosto.


Essa foi marcante, teve de tudo: vitória decidida nos minutos finais, equilíbrio que segurou empates, um W.O. que lembrou a todos da importância da disciplina coletiva e até uma goleada histórica de 15 a 0. Mas acima de qualquer placar, o que brilhou foi a postura dos atletas: respeito, entrega e a coragem de seguir em frente mesmo nas adversidades.


E assim, com o campo pronto, a bola começou a rolar. Cada partida teve sua própria narrativa, seus protagonistas e suas lições, mostrando que, no Martinica, não faltou emoção nem aprendizado. Então separa uns minutinhos aí e vem com a gente ler a resenha desse dia.

Sub-11 — Garotos do Martinica 1 x 2 Grêmio Esportivo Jd. Noronha


O jogo começou com os Garotos do Martinica empurrando o adversário contra a defesa. O gol inaugural veio em bola parada, inflamando a torcida local. 

Mas o Jardim Noronha não se abateu: empatou antes do intervalo e voltou do vestiário determinado a virar o jogo. A decisão veio nos detalhes: em uma bola aparentemente perdida, o camisa 5 apareceu para marcar o gol da vitória.

O Martinica ficou com o gostinho de que poderia ter levado mais, mas o destaque ficou com Luís Gustavo, que não parou por um segundo.


Sub-17 — Projeto de Formação Veleiros 0 x 1 S.F. Itapecerica da Serra


Primeiro tempo truncado, bola parada decidindo mais que jogadas trabalhadas. Mas logo na volta do intervalo, Kauê abriu o placar para Itapecerica, obrigando o Veleiros a sair pro jogo. 


O time até criou chances, mas encontrou no goleiro Rian uma muralha. Ele não só defendeu o que pôde como comandou a defesa com autoridade. A vitória simples de 1 a 0 reforça: às vezes, ser sólido fala mais alto do que ser espetacular.

Sub-13 — Garotos do Martinica 1 x 2 S.F. Itapecerica da Serra


Logo cedo, Enzo, conhecido como Mortadela, acertou um chutaço de fora da área e abriu o placar para Itapecerica. O Martinica voltou do intervalo com mais energia e buscou o empate, mas a alegria durou pouco: minutos depois, veio o segundo gol do adversário. O jogo seguiu intenso, com os dois goleiros brilhando, mas a vaga ficou com Itapecerica, que mostrou maturidade mesmo após ter um jogador expulso.


Sub-15 — A.E. Unidos da Vila 1 x 1 S.F. Itapecerica da Serra


 
Um confronto equilibrado e cheio de altos e baixos. O primeiro tempo teve pouca pontaria, até que Riquelmy quebrou o gelo e marcou um golaço, colocando o Unidos da Vila na frente. Só que Itapecerica voltou mordendo no 2º tempo e empatou logo cedo. A partida terminou em igualdade, refletindo o que foi dentro de campo: muita entrega, pouca efetividade.


Sub-11 — Unidos da Vila 0 x W.O. Escolinha Bola no Chão

Aqui, um lembrete de que a Taça também é feita de disciplina e coletividade. A equipe da Escolinha Bola no Chão não reuniu jogadores suficientes e não pôde entrar em campo. O Unidos da Vila levou os pontos, mas ficou o vazio de não poder jogar. É uma lição dura, mas necessária: presença, compromisso e união são parte do aprendizado que o torneio oferece.


Sub-13 — Aliançados F.C. 16 x 0 Escolinha Bola no Chão


 
Um placar que impressiona, mas que também ensina. Os Aliançados não aliviaram e construíram a goleada com consistência, virando o primeiro tempo já com 8 a 0. No 2º tempo, mantiveram o ritmo até o apito final.

Mas o destaque aqui não é só a força ofensiva dos vencedores, e sim, a resiliência da Escolinha Bola no Chão: com apenas 7 jogadores, seguiram em campo até o fim, não desistiram, respeitaram o jogo. Esse espírito é que traduz o verdadeiro valor da Taça.


Sub-17 — União Democrata 6 x 0 A.A. Parelheiros


O União Democrata começou pressionando e não demorou para abrir o placar com golaço de fora da área. Antes do intervalo, já tinha 3 a 0 no bolso. No segundo tempo, manteve a intensidade e chegou a seis gols, com nomes como Caio e Gabriel chamando a responsabilidade. O Parelheiros, mesmo com um a menos após expulsão, seguiu lutando até o fim e arrancou aplausos pelo espírito guerreiro.

Bastidores e pequenos grandes detalhes

• Decisão nos detalhes: em dois jogos (Sub-11 Martinica x Noronha e Sub-13 Martinica x Itapecerica), o resultado só foi definido na reta final  mostrando como a concentração até o último minuto faz diferença.

• Segurança no gol: Rian, do Itapecerica Sub-17, foi um paredão. Suas defesas garantiram a vitória simples por 1 a 0 sobre o Veleiros.

• Espírito de luta: mesmo com um a menos, o time do Parelheiros Sub-17 não desistiu e seguiu brigando contra o União Democrata até o apito final, sendo aplaudido pela entrega.

• Um W.O. que vira aprendizado: no Sub-11, a ausência da Escolinha Bola no Chão lembrou a todos o peso da disciplina e do coletivo.

• Resistência e coragem: no Sub-13, a Escolinha Bola no Chão entrou em campo com apenas 7 jogadores contra o Aliançados e, mesmo diante da goleada de 16×0, mostrou resiliência e respeito pelo jogo.

• Números da rodada: ao todo, foram 31 gols em seis jogos, uma média altíssima, que reflete a intensidade, mas também o aprendizado constante que a Taça proporciona.


Muito além dos resultados


Essa Caravana foi um retrato das contradições do futebol: vitórias no último lance, empates sofridos, goleada que entra para a memória e até um jogo decidido por W.O. 


Mas, no fim, o que ficou foi a lição que a Taça insiste em ensinar: jogar é mais do que vencer. É respeitar o adversário, honrar a camisa e mostrar que, no futebol de base, cada partida é uma escola de vida.